Responsabilidade Social

Ações de responsabilidade socioambiental praticadas pelas empresas. PALAVRAS-CHAVE: Responsabilidade Social - Desenvolvimento Sustentável - Eco-eficiência - Meio ambiente - Sustentabilidade - Empresa responsável - Tripé da Sustentabilidade - Governança Corporativa - Terceiro Setor - Logística Reversa - Marketing Verde - Comunicação para a sustentabilidade - Marketing Social - Marketing Ambiental - Eventos Carbon-free

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Neste natal, dê um mundo melhor para sua família: CONSUMA MENOS

Copenhague fracassou. Adia-se mais uma vez a decisão por ações efetivas que preservem o Planeta. Estaremos assistindo o sofrimento da vida na Terra e o aumento dos desastres ecológicos, da fome e de mortes com a acelerada mudança climática já em curso. A reunião de lideranças de 190 países para tratar dos caminhos mitigadores da destruição da Terra não alcançou consensos – o que já era de se esperar – nem acordos considerados mínimos pelos próprios líderes de governo e ambientalistas. Destacou o Greenpeace ao final do encontro: "Permitir que a temperatura suba até 3 graus é condenar a humanidade a sofrer ainda mais com fome, epidemias, perda de lares e safras, e até de vidas. Este é o futuro que estão nos deixando os políticos em Copenhague".



Este cenário de protelação de decisões importantes faz lembrar que grandes mudanças começam por determinações individuais. Acreditar no consensos geralmente é ilusão. Exemplifica-se: a mudança de valores e conduta de uma empresa só acontece, de fato, quando o seu presidente decide e declara incluir novos princípios norteadores. Uma pessoa pára de fumar quando individualmente opta por esta decisão.

Há um caminho natural que envolve as motivações: num primeiro momento, há a mudança de opinião; num segundo, a mudança de hábito para, só depois, se alcançar a mudança de comportamento. A falta de sucesso de COP-15 mostra-nos, também, que a sociedade ainda não alcançou a mudança de opinião sobre a necessidade de novos hábitos e comportamentos em benefício da vida humana no Planeta. A população está estática, mobilizada frente à inércia de governo e empresas. Estes sabem que a pressão por mudanças, vinda de cidadãos e consumidores ainda não demonstra força.

O super aquecimento global vem da pressão que o atual modelo de produção e consumo exerce sobre a natureza. Não há capacidade de se repor os recursos naturais na velocidade em que são consumidos. Segundo os estudos relacionados à Pegada Ecológica, o planeta precisaria de um ano e três meses para gerar os recursos usados pela humanidade num único ano. E mais: o mundo produz diariamente, dez montanhas, do tamanho do Pão-de-açucar no Rio de Janeiro, de lixo domiciliar. Ressalta-se: diariamente. Assim, a exploração dos recursos naturais numa velocidade maior que a capacidade de renovação dos ecossistemas, bem como o lançamento aleatório dos resíduos de produção no espaço que pareça mais cômodo adoece o Planeta.

Os efeitos negativos da ação do ser humano sobre o meio ambiente são graves e exigem não apenas reparo dos danos, mas mudança de hábitos e atitudes.

É certo que há relevante influência das empresas e da publicidade sobre os indivíduos. Por meio de centenas de mensagens diárias transmitidas pela comunicação de massa, produzidas sempre com muita criatividade e experiência, numa linguagem direta ou subliminar, formou-se a cultura de que a felicidade está no acúmulo de bens adquiridos. A curiosidade e o desconhecimento motivam um comportamento generalizado de consumo inconsciente. O modelo fast life não nos dá tempo de análises, e nos leva a crer, erroneamente, que o objeto de desejo a ser consumido é signo de felicidade.

Podemos mostrar às verdadeiras lideranças do COP-15 que optamos por um mundo de mais saúde. Podemos trazer para nossas vidas o estilo slow life: Movimento internacional que prioriza o ser, ao ter; que valoriza o tempo livre para as relações afetivas e cuidados com o bem-estar; uma vida mais lenta, calma, confortável; que considera ser saudável ter limite no acúmulo de bens e que este, quando ultrapassado, escraviza e compromete fortemente a qualidade de vida; que prefere livros e bibliotecas à ante-sala de consultórios médicos; que nas ‘sobras de tempo’ prefere a natureza, aos shoppings; que já entende que felicidade se contrapõe à velocidade; que valoriza saborear o fato de estar vivo, e cultiva boas relações e que estas independem das questões econômicas mas sim das trocas afetivas. Devemos mostrar, sobretudo, que de forma inteligente, optamos individualmente pela mudança de comportamento, exigindo das empresas e governo maior respeito à vida, e às gerações futuras.

Ainda é tempo de opção: um bom e humano natal para todos nós!



Por Joana d’Arc Bicalho Félix


Mestre e doutoranda com ênfase de estudos emmarketing ambiental e comportamento do ‘novo’ consumidor





Palavras-chave: Consumo consciente - copenhague - natal


Foto: divulgação